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Quando houver um tema polêmico ele será proposto
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No fim de 30 dias, somam-se os que foram a favor, e os contra ( indecisos não somam ) e vence a maioria
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março 15, 2011

Sexto tema: LEGALIZAÇÃO DA PROSTITUIÇÃO

LEGALIZAÇÃO DA PROSTITUIÇÃO
A prostituição é considerada como a mais velha "profissão" do mundo. Ao longo, e variando de sociedade para sociedade, a prostituição tem sido tolerada, criminalizada ou legalizada.Será, de facto, a uma profissão? E deve ser legalizada? São válidos os argumentos da saúde pública, da assistência social, da reforma, do pagamento de impostos? Será que as prostitutas e prostitutos aceitariam registar-se? E faz socialmente sentido? E que efeitos teria a legalização no submundo dos proxenetas e das redes associadas? Em Portugal, a prostituição não é penalizada. Apenas os proxenetas o são. Na Suécia, o cliente é criminalizado. Na Holanda, a actividade é legal.
Dê a sua opinião. A FAVOR, CONTRA ou INDIFERENTE.

48 comentários:

Anônimo disse...

Só tenho preconceito em relação a essa palavrinha "prostituição". Se fossem usados outros nomes não haveria problema. A prostituição deveria receber nova conceituação jurídica. O sexo feito de forma voluntária não é crime e portanto não poderia ser tipificado como prostituição. Quando ocorre relação sexual forçada, isso pode ser tipificado como crime merecendo ser considerado prostituição.

Anônimo disse...

Prostituição significa que a pessoa não é dona de seu próprio corpo. Quando um deputado católico quer proibir a prostituição ele está se achando dono do corpo alheio. Logo, é ele quem estaria praticando a prostituição embora fosse em nome do combate a prostituição.

Jorge Pinheiro disse...

Caro Anónimo,
Penso que estamos a trabalhar em conceitos diferentes. O que caracteriza a relação de prostituição não é o nome que se lhe dá ou o deputado católico que fala em religião. É, sim, o facto de o sexo ser feito contra pagamento directo por aquele acto concreto.

Jorge Pinheiro disse...

MAIS UMA NOTA: HÁ MESMO QUEM CONSIDERE PROSTIUIÇÃO A RELAÇÃO SEXUAL TENDO EM VISTA A OTENÇÃO DE FAVORE. PODE NÃO SER DINHEIRO, MAS, POR EXEMPLO, UM FAVORECIMENTO PROFISSIONAL.

Anônimo disse...

Jorge,

que bom que já deu a resposta ao equivocado comentário ANÔNIMO logo acima! Por acaso, ou exatamente porque é um tema oportuno, hoje no jornal ESTADÃO o articulista Arnaldo Jabor trata EXATAMENTE do tema, e também, não por acaso, cita a mudança de nomes desse velho ofício. Hoje tem muitas outras denominações, que na verdade não alteram o produto! Puta, ou puto, que em Portugal é um ingênuo garoto, aqui para nós continuam sendo prostitutas. Vou fazer a transcrição de partes desse artigo, por ser muito pertinente e talvez ajude muita gente a decidir!

Anônimo disse...

O doce veneno do pecado
15 de março de 2011 | 0h 00
Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo
Fui ver o filme Bruna Surfistinha, o mais recente fenômeno de público e penso nas razões do imenso sucesso, para além das qualidades do filme, além do carisma de Débora Secco. Uma das razões é que a prostituta nos fascina. A chamada profissão mais antiga provoca intensa curiosidade nos caretas e pessoas "comuns". Em nosso imaginário, a prostituta conhece mistérios de liberdade que nos são vetados. Ela vive uma impalpável ambiguidade que nos enlouquece: ela vive no mal e dá prazer, ela é um mal e um bem, ela está entre a liberdade sexual e escravidão. As peruas a desprezam e invejam. A prostituta é um mito. Claro que não falo da prostituta real, pobre, sofrida. Não me refiro ao problema social. Falo das que povoam nossas fantasias imaginárias.
A prostituta antiga era o oposto das esposas santas. Hoje, nossas mulheres da "vida" são chamadas de "garotas de programa" e fazem da cultura do entretenimento tanto quanto os filmes sobre elas. A prostituta contemporânea não é uma marginal; ela está no centro do sistema, como os advogados, banqueiros ou dentistas. A exploração e violência continuam, claro. Mas a aura obscura do pecado se desfez. Antes, nossas bacantes se escondiam pelos cantos, trêmulas de vergonha. Agora, com a permissividade pós-tudo, ser uma "mulher da vida" é uma profissão mais nobre do que a vida de muita perua casada (também uma profissão rentável). Aliás, o nome "mulher da vida" já denota que elas se aventuram no lugar abstrato onde imaginamos que se passa a "realidade", a aridez do mundo sem lei, o mundo como um nervo exposto, demandando coragem e sobrevivência. Quando íamos aos prostíbulos adolescentes, tínhamos a sensação de conhecer o lado mau da vida, o lado "real" que nos escondiam, conhecer quase um doce "crime". Eu fui a bordéis para conhecer a "vida".
Antes, as "decaídas" precisavam do casamento sagrado que as excluía. A micheteira antiga era uma necessidade fisiológica, uma extensão, um "puxadinho" das famílias, para compensar a tristeza do amor conjugal.
Hoje elas são "acompanhantes", "scorts", "promoters" e outros eufemismos. São malhadas, aerodinâmicas, sadias. Hoje, elas são digitais, milhares de flores se oferecendo na Web.
Antigamente, vivíamos uma "feérie" de gonorreias. Hoje, elas é que temem as tuas doenças. A camisinha te exclui, te faz ridículo com o pênis encapotado como um cachorrinho de suéter. A camisinha te humilha e ofende; com a camisinha, você é que é o perigo - ela, a saúde.
As ex-decaídas (hoje ascendentes) modernas não aspiram a uma "vida normal"; preferem a gelada aventura pela grana. Cada vez mais a prostituta é pura - a vida social é que se "bordelizou". A mulher romântica e a "perdida" infeliz são invenções dos homens, para minorar a insegurança que sentem diante das mulheres. Os fregueses de bordéis pagam as prostitutas para que elas não "existam".

CONTINUA

Anônimo disse...

CONTINUAÇÃO

Doce Veneno
Arnaldo Jabor

A prostituta contemporânea não se envergonha do trabalho e não tem sentimento de culpa; talvez, apenas nojo... de você. Elas te olham de igual para igual, ou melhor, com uma finíssima superioridade. Ela são ativas, despachadas, tomam providências, tirando do homem seu maior prazer, que era o sentimento de superioridade moral em folga passageira - um habitante do mundo limpo viajando no mundo "sujo". Hoje, o sujo é você. Havia no velho putanheiro a vaga crença na recuperação das "infelizes". No ar dos prostíbulos antigos, flutuava um silêncio triste pela ausência de amor, por um visível sentimento de culpa que fregueses tentavam preencher com uma repugnante bondade. O diálogo melodramático d"antanho denotava seu desejo de parecerem mais "humanos":
"Por que você caiu nesta vida?" - perguntavam os hipócritas bordeleiros, antes do ato.
"Ah... meu noivo me fez mal, meu pai me expulsou..." - gemia a rapariga. "Mas, por que você não larga esta vida?", sussurrava o canalha, superior e sinistro, tirando as calças.
Por isso é que elas se apaixonavam pelos cafetões boçais, que as espancavam com jubilosas bofetadas.
Elas não pensam em se salvar pelo casamento. Esse papo da Pretty Woman já era; elas não sonham com algum babaca romântico que lhes dê a mão; muitas são até bem casadas e ajudam os maridos. Conheci uma professora de Ribeirão Preto que se prostituía regularmente no Rio, num famoso lupanar da Rua Senador Dantas, onde era muito desejada, orgulhosa como uma rainha-mãe.
Mais "anormais" que elas são os homens que as procuram. Trata-se de um teatro a dois, onde as gargalhadas, os gozos fingidos escondem o drama, a dor, a realidade.
Os putanheiros não querem saber da realidade. Assim, escondem de si mesmos o constrangimento da situação, com mentiras consentidas, como se fosse possível o encontro feliz entre classes sociais. Para eles, a prostituta é uma utopia, a prostituta é o socialismo.
Há algo de artista nas prostitutas; mais que atrizes, elas acreditam em sua obra. Nelson Rodrigues disse: "Não há atriz mais inepta ou medíocre que represente mal uma prostituta. A meretriz de teatro é perfeita como a Eleonora Duse". Mais artísticos ainda são os travestis, pois eles fazem arte séria e corajosa. O travesti tem orgulho de ser quem é; ele é uma afirmação de identidade. Há algo de clone no travesti, algo de robô, pois eles nascem de dentro de si mesmos; eles são da ordem da invenção poética.
Antigamente, ia-se ao bordel em busca de ilusões. O homem queria se sentir um sultão no harém. O putanheiro era o "sujeito" do lupanar. Hoje, ele é o "objeto". Há um vento gelado nos bordéis atuais - limpos, rápidos e eficientes como uma lanchonete. Há algo de enfermeira ou psicóloga na moderna "cocote". Há algo de McDonald"s nos puteiros de hoje.

Maria de Fátima disse...

cinismo
será a palavra que me surge em destaque quando este tema surge
e mais ainda quando, prostituição legalizada, note-se até na foto do post do Eduardo, é feminina: é o mavho que compra o sexo
e ainda bem que é desse modo, que ter homem e ainda ter que pagar CREDO!
mas não me vá eu meter em cinismos
prostituição é coisa condenável
nunca percebi porque razão era presa a mulher que estiolava de frio na calçada e não o senhor que restolhava em busca do fêtiche que fosse isso mesmo: uma mulher tiritando de frio...
sera favor da legalização é dizer que a prostituição é uma "normalidade" e não é
triste a sociedade onde os seus machos necessitam comprar a fêmea (ou tomá-la à força)
bela a sociedade onde o sexo é um acréscimo à relação de dois ( ou mais...) livre e descomprometida ou com finalidade de criar família
e a nossa sociedade ainda não permite que a fêmea seja livre de cobrir-se com o macho que escolhe
(e é nesta escolha que tudo se reverte) seja ela liberta para dar-se,e o macho terá parceira que o acolha sem necessidade de recorrer ao sexo comprado
mas a liberdade sexual ainda é incipiente e, tantas vezes, somos cada um de nós os que colocamos as peias ancestrais que impedem que os nossos filhos, filhas, sejam libertos para o sexo como o são para as demias relações e actos do seu ser adulto responsável
hoje que o prazer da mulher é finalmente aceite (descoberto?!)
hoje que os anticoncpecionais funcionam quase a 100%
que impede o homem de ter uma parceira e com ela o sexo natural que os compele?!
moral, decerto, preconceitos arreigados de parte a parte
acabei a leitura de um livro que aconselho:<a href=" http://educar.wordpress.com/2010/11/23/agenda-94/> amor e sexo no tempo de Salazar</a>
talvez se perceba quanto a mulher foi balizada no seu ser sexuado e quanto o homem criou duas imagens perfeitamente virtuais: a esposa, a maiga, a pura e a prostituta
o quanto este modo de entender a mulher para a dominar frustrou tb o homem...
tanto para dizer
prostituição: não e não
legalização ou não é discussão que deve ser combatida com outra discussão
que na escolas, a educação sexual deveria incidir na libertação de preconceitos, que sexo e amor nem sempre vão de mão dada, depende da ocasião; que sexo e procriação não são sinónimos; que o prazer é educável, mas não castrador...
discorro
perdoem

byTONHO disse...



Depois da GLAMOURIZAÇÃO do Jabor,
só posso dizer que sou contra,
pois a "legalização" acabaria com a FANTASIA dos hipó-cri-cri-tas de plantão...

Agora sob o ponto de vista MORAL,
também sou contra, pois ofenderá e fará concorrência com as "classes
de outros profissionais" que já "se vendem" a qualquer custo.


Sob o ponto de vista de TEMPO,
será que os TSUNAMEs permitirão,
haverá tempo?!

Acho um ACINTE esta proposta!

"VAMOS legalizar a vida pra todos."

NÃO! SOU CONTRA.

:)

15 de março de 2011 12:45

Maria de Fátima disse...

sou contra!!

Jorge Pinheiro disse...

Antes de comentar o que o Eduardo postou, quero dizer que não posso estar mais de acordo com o que diz a Mª de Fátima. E digo mais: nunca fui às putas. A questão, porém, é outra. Existindo, mal ou bem a prostituição, é melhor ser enquadrada legalmente ou não? E que diferença faria, em termos morais e sociais, essa legalização? Ou vamos meter a cabeça na areia?...

byTONHO disse...



Pode-se pensar nesta questão,
mas não é prioridade no momento, os interessados e afins que tenham paciência...
...

A legalização trará que benefício para a sociedade em GERAL?
...

Deixa pro fim da lista,
se der tempo "vota-se"!
...

"Sou um realista negativista..."

Ah!ah!ah!ah!

"Estou esperando o anúncio do próximo programa via DTV,
com a melhor imagem digital,
made in Japan:

O FIM do iMUNDO!
"

:)

Mar de Bem disse...

Nestes vossos comentários vejo gente que não vai às putas e vejo gente que diz NÃO.
Quando casei, há 40 anos, vim morar para uma zona residencial no centro de Lisboa. Lá para a noitinha apareciam aquelas mulheres encostadas às paredes... A princípio tinha medo, mas depois percebi que em zonas de putas não há assaltos. Não olho p'ra elas. Nunca olhei p'ra elas, p'ra não se sentirem inferiorizadas. Acho-as menos putas do que muita mulher que se mete com o chefe, para ser promovida.
Legalizá-las? E porque não? Pagavam impostos e teriam direito à reforma!!!
Não sou contra. Simplesmente é-me INDIFERENTE.

Caca disse...

Olá! Não acho que isso deva ser assunto de estado. Se a pessoa quiser vender sexo,é um assunto de foro íntimo (deplorável, na minha opinião). No entanto eu respeito o direito. A pessoa deveria pagar a sua previdência como autônomo prestador de serviços de qualquer natureza. A legalização terá sempre o desprezo pela subjetividade de cada. legalizar, NÃO!

james emanuel de albuquerque disse...

Sou a favor.

No fundo vejo aquelas velhas taras: enquanto o homem gosta de transar (receber sexo) a mulher gosta de escolher e comprar (receber dinheiro).

No mais são justificativas.


Um abraço.

Jorge Pinheiro disse...

Ninguém diz que é assunto de estado. Ou só podemos aboradar assuntos de estado? E então quais são?...

Jorge Pinheiro disse...

Mar: sinceramente não entendi a tua abordagem. Uns não vão, outros dizem não?! E que tem isso a ver com a questão? Devem ou não as/os prostitutas/os ter protecção social? Essa é a questão. Isso será positivo ou negativo? Será que se consegue enquadrar e até limitar a actividade, ou será preferível mantê-la no limbo. O enunciado do problema foi esse.

Jorge Pinheiro disse...

Tonho: a proposta não só existe, como é uma reivindicação dos profissionais do sector. Mais, há países onde é legal. Podemos concordar ou não. Mas não vejo onde está o acinte. Francamente, até agora, exceptuanado o excerto da notícia publicada pelo Eduardo, ainda não vi argumentos decisivos. Nem contra, nem a favor. Só opiniões, válidas, claro, mas sem substância crítica.

Jorge Pinheiro disse...

Cacá: se a pessoa paga a previdência, então é legal. Ou haverá um terceiro género?! Pagar e não ser legal, nunca vi.

byTONHO disse...



Acinte porque provoca polêmica.

EU, até me convencerem do contrário,
acho sem muita importância dada outras questões mais relevantes a serem legalizadas ou não.
...
"O amigo tá "provocando", gostaria de ver seus argumentos."

Faça sua crítica.
Diga lá Jorge!


Se fosse pra TV esta discussão
renderia um bom IBOPE e só!

Sensacionalismo puro.

Que aliás é pra onde ela dirige sua programação.

Abração!

Maria de Fátima disse...

sabes, Jorge, aqui não é uma questão de lembrar a realidade e ponto: existem, que fazemos?
o esse é o caminho fácil
o outro, é ser realmente contra a prostituição e atacar o lado de quem se serve
porque na esmagadora maioria, e naquela maioria que precisa de protecção,a mulher não escolhe essa "profissão",ela não
enquanto o homem gosta "gosta de escolher e comprar (receber dinheiro)" ela tem que e, muitas vezes, permanece enrolada numa teia que defende pois nunca conheceu outro meio e quem não defende o que tem para seu sossego?
mesmo assim, meus caros, legalizar a profissão, dar-lhe esse estatuto, com segurança social e direito a reforma, fazer isso com direito a lei, eu discordo pela razão simples de com isso estar o estado (nós todos, os nossos educandos) a ser legalmente coniventes, a dizer esta profissão é tão legal como a de sapateiro, merceeiro ou outra qualquer; e não é! não deve ser, entendo eu, pois com isso est´a dar-se cobertura legal a um comércio e, mais, a uma forma de pensar o sexo, o ser homem e ser mulher que é contra natura! e, reparem que não tenho nada contra quem se prostitua: "dás-me tanto, um carro, um colar de oiro, uns sapatos Dior, e eu fodo-te como nunca pensaste, ou simplesmente faço-te um broche" O problema é deles! tal e qual outros , muitos, são problemas do foro de quem executa. O que é grave é que seja a sociedade, o estado, a lei,a promover este tipo de "relação".
Em concomitância, eu vejo sim, e com agrado, modos de intervir contra os que se servem da prostituição de rua ou em bares: penas fortes para o homem que busca esse modo
e não me façam pensar nos rapazes e nas meninas a entrarem nos carros de marca ali ao Parque Eduardo Sétimo ou em Coina...ou nas viagens ao oriente...
é outro debate, mas deixaria de ser feito se escondessemos a cabeça a dizer simplesmente: "já que existe, ao menos demos-lhe o estatuto e protega-os o estado que os consome"
discorro, mais uma vez, perdão

Simone Aline disse...

Apesar de ser a mais antiga das
"profissões", sou contra!
Não acho que deveria ser criminalizada também, afinal, cada um vende o que tem e/ou o quer, e compra quem quer também. Fato!
Mas legalizada, não!

Jorge Pinheiro disse...

Tonho: acontece que eu não tenho opinião formada (ainda). Uma dos aspectos interessantes destes debates, é que têm ajudado a formar opinião. Percebo o que diz e tendo a concordar, em parte. Apenas não desvalorizaria tanto a discussão. Pelo menos na Europa é tema de grande debate (não tanto como a crise, claro).

Jorge Pinheiro disse...

Maria de Fátima: novamente reafirmo que concordo com muito do q dizes. E também com a criminalização da conduta do "clinte". Aliás, é o que acontece na Suécia, como se refere no enunciado. Mas, será interessante aprofundar se na Suécia, a para com a criminalizãção dessa conduta do "cliente", as/os prostitutos/as têm enquadramento legal. É que ambas as coisas são possíveis.

Jorge Pinheiro disse...

O texto postado pelo Eduardo e sacado de um artigo é muito bom. Ele descreve, sem dúvida, os novos ambientes da prostituição. No entanto, continua a haver um mundo de prostituição "barata" que não se revê nesse meio de travestis/artistas e putas finas. A "evolução" da prostituição leva à existência de free lancers que não querem segurança social ou legalização. Preferem ganhar sem passar factura ou pagar impostos. Mas por cada 1 destas putas/os quantos não haverá das/dos outros?

peri s.c. disse...

Legalize it !

Afinal as moças ( e os moços, esqueceram ? mulher também paga )( e os moços que se fazem de moças, e , acho, as moças que se fazem de moços ) que se dedicam a estas tarefas tem um importante papel no controle das tensões sociais .

Anônimo disse...

Não sou a favor nem contra, isso depende de condições. Não vejo necessidade de legalizá-la como profissão, entretanto não deve ser criminalizada.
Embora prostituição não seja crime, manter casas de prostituição é crime. É aí que eu acho que a lei falha. Casas de prostituição oferecem proteção. As profissionais quando recebem seus clientes na rua ficam sujeitas aos riscos de insultos, agressões e assaltos.

Anônimo disse...

Volto, agora com um comentário lá so blog Sociedade Anônima que tem tudo a ver com nosso debate:

Anderson Fabiano disse...

Há um limite muito tênue entre o glamour e a sordidez na vida das prostitutas e Jabor deu, com sua costumeira competência, quantas cores quis ao seu instigante texto. Coisa de cineasta-literato mesmo. Que bom.

Não me preocupa a questão moral da coisa, já escrevi sobre as “meninas de beira de rua”, fui ursinho de pelúcia de umas tantas (na adolescência) e, solene e secretamente, as reverencio. Não pela “profissão” em si, mas, pela coragem de enfrentarem o status quo com as soluções que conhecem. E quem quiser, que atire a primeira pedra.

Legalizar a profissão? Sei lá...
Pessoalmente, se pudesse (ou precisasse) escolher, ficava com as do passado. Aquelas com modelito de coisa má, pintura pesada, roupas extravagantes e pinta no rosto, feita com lápis. Mexiam mais com nosso imaginário juvenil e caiam como luvas na educação repressora e judaico-cristã daqueles tempos.

Essas de hoje, turbinadas em academias e mesas de cirurgiões plásticos, com ares de primeira dama, soberbas e dinheiristas são meras executivas do sexo e assim, a coisa perdeu a graça, o glamour... Uma solução restrita aos amantes incompetentes e outros medíocres de plantão.

Roubaram a maçã do paraíso.

Meu carinho,

Anderson Fabiano

daga disse...

sou a favor da legalização, porque a prostituição nunca vai deixar de existir, logo será melhor, mais seguro de um ponto de vista da saúde que as mulheres/homens sejam regularmente assistidos por médicos. Como recebem dinheiro, tb devem pagar impostos e ter direito a assistência etc.

lis disse...

Sou Contra a Legalização!

Li um artigo e concordo com a parte que dizia que nenhuma prostituta se entrevistada for diz que gostaria que seus filhos ou sua família tivessem que ganhar dinheiro entrando na indústria do sexo .
Todas atestam que só estão na "vida" como qualificam , por causa do dinheiro .
Quem ganharia com a legalização?
elas é que que não seria, por certo.
Devia sim era existir penalização dos homens que compram mulheres e crianças pra satisfação pessoal.
Ridículos!
Assim o Estado teria dinheiro pra investir através das penalizações em benefício das prostituídas.
O resto é balela.
Prostituta , garota de programa , acompanhante ou seja o que for tudo é farinha do mesmo saco.
Sou contra ! e ponto rsrs

Anônimo disse...

Quem ganharia com a legalização?
Sem dúvida alguma seriam os clientes. Os clientes são homens que precisam pagar para realizarem suas fantasias sexuais. É necessário desconstruir a péssima imagem que a sociedade fez delas e reconhecer que o trabalho que elas fazem tem valor social.
Para que combater a prostituição?
O que é necessário combater é a "prostituição forçada", devido a falta de opções de trabalho. Mas se a mulher quiser ter homem a sua escolha, ainda que recebesse alguma remuneração por isso, não tem nada haver com prostituição.

Jorge Pinheiro disse...

Mais uma vez chego a uma debate sem opinião formada. Isso é bom. Permite olhar os argumentos sem preconceito (ou pelo menos, pouco preconceito). Mais uma vez, também, está em causa o eterno dilema: uma actividade que é socialmente condenada, mas que existe e persiste. Que fazer? Continuamos a combater=? mContinuamos a fechar os olhos? Ou pura e simplesmente naõ queremos saber? Alguns distinguem entre as putas de luxo e as putas de rua. Entre a necessidade e o suposto vício. E afirmam ser aqui que se deve actuar. Garantir a segurança e tirar as pobres da rua. Sim, mas para as pôr em apartamentos? Dar emprego? Aonde?! Com que habilitações? E a ganhar quanto? Distinguir entre putas finas e putas de rua (com todo o respeito)não será o mesmo que distinguir entre os vendedores de shopping e os vendedores ambulantes (camelô)? Mais, a questão da legalização não se prende com a questão da assistência social. Essa, em países desenvolvidos, já existe. A questão é mesmo de tributar a profissão e, consequentente, equipará-la a qq outra, para todos os efeitos legais. Dirão que é uma questão menor. Aceito que há mais graves. Mas não será isso fruto de uma tradição de normalidade prostitucional? Para já, enquanto aguardo outros agurmentos, expresso aseguinte posição:
- criminalizar a procura (cliente);
- enquadrar legalmente as prostitutas em termos de assistência social e saúde pública.
Penso que uma legalização "tout court" iria dar sinais socialmente contraditórios e permitir comportamentos nocivos em cascata. No fundo, penso que há actidades que nascem para ser paralelas.

Anônimo disse...

Jorge,

como você, meus conhecimentos sobre o tema e argumentos levantados, mais me confudem do que ilucidam.
Estou de pleno acordo que há atividades que nascem para ser paralelas! Esta seria uma delas! As putas ( ricas ou pobres ) se prostituem por motivos variados, e não só pela sua sobrevivência, como argumentaram muitos! Outra questão é superar o estigma dessa "profissão" e obriga-las a se declararem putas ou "putos" ( prostitutos, em português no Brasil), para poderem fazer juz aos benefícios dessa legalização. E outra dúvida, haverá BENEFÍCIOS para eles ou só para o ESTADO que taxará seus faturamentos! E como controlar essa "faturamento" ? Haverá nota fiscal? O comprador dos serviços estará disposto a declarar a transação?
Todas essas questões me levam a ponderar que é impraticavel essa legalização, que só beneficiaria o Estado arrecadador, e tiraria todo o "mistério" dessa atividade, grande parte de seu marketing .

Jorge Pinheiro disse...

Pois... Aliás, esse último aspecto poderia ser um factor dissuasor. Só que todos sabemos que imediatamente nasceria uma outra "prostituição, com um novo MK, ainda mais agrssivo, agora virado para quem não quisesse factura. Estamos de acordo. Alguém se "opõe"?

Anne Lieri disse...

Ninguem se prostitue porque quer.É uma necessidade,por falta de opção na vida.O governo não dá condições para que as pessoas possam escolher outra profissão.Não sei se legalizar seria bom para esses profissionais,devido a impostos que teriam que pagar.Se mal ganham pra seu sustento irão ter grana pra pagar um monte de tributos?Então,sou contra.

Anônimo disse...

Quero discordar integralmente do que acaba de afirmar a Anne Lieri. Ao contrário do que afirmou, ninguém é OBRIGADA ou OBRIGADO a se prostituir. E se fosse seria vítima de ato criminoso. E a polícia tem agido contra esses casos. Concordo, também, que um dos ingredientes, senão o maior, é o estado de miséria , falta de escolaridade, problemas familiares, ignorância, pobreza, e ausência do Estado nas mais básicas e primárias obrigações sociais, que levam a maioria das meninas, e ou meninos, a se prostituirem na mais tenra idade. Mas não são obrigadas, e sim levadas, a essa atividade pelas facilidades que se apresentam. Há nisso uma diferença gritante. Filhos, homens e mulheres dos mesmos pais, das mesmas famílias, seguem destinos diversos, partindo das mesmas condições familiares, econômicas e sociais! Uns estudam e vão trabalhar, outros se prostituem. Ninguém os obrigou. Quando disse "facilidade" não foi em vão, pois é mais fácil ganhar a vida "facil", do que trabalhar e estudar nos grandes centros. Mas daí a dizer que são "obrigadas, ou obrigados" vai muita distância!

Maria de Fátima disse...

Vou no terceiro escrito aqui sobre este tema
Expresso da Linha
"Para já, enquanto aguardo outros agurmentos, expresso aseguinte posição:
- criminalizar a procura (cliente);
- enquadrar legalmente as prostitutas em termos de assistência social e saúde pública.
Penso que uma legalização "tout court" iria dar sinais socialmente contraditórios e permitir comportamentos nocivos em cascata. No fundo, penso que há actidades que nascem para ser paralelas."

Eduardo PL

"Todas essas questões me levam a ponderar que é impraticavel essa legalização, que só beneficiaria o Estado arrecadador, e tiraria todo o "mistério" dessa atividade, grande parte de seu marketing ."
Expresso da Linha
"Pois... Aliás, esse último aspecto poderia ser um factor dissuasor. Só que todos sabemos que imediatamente nasceria uma outra "prostituição, com um novo MK, ainda mais agrssivo, agora virado para quem não quisesse factura. "

Seleccionei estes excertos apenas por me terem parecido ap'elativos do quanto nos custa entender que o cerne da questão está na imagem que há da mulher (e por arrastamento do homem) e da relação sexual
mulher - a que se prostitui
homem - o que usufrui da prostituta
moeda de troca - sexo
porquê a mulher prostituta?
porque procura o homem a prostituta para ter sexo?
parece-me que respondi a estas questões nas minhas duas laudas anteriores
agora reparem como o Eduardo muito bem levanta o veu que recobre (ainda) a prostituição, e volto a citar: tiraria todo o "mistério" dessa atividade, grande parte de seu marketing ."
a legalização faria isso!! a taxação!! o deixar de ser a mulher vestida daquele modo, naquele local, sob o estigma de ser prostituta=ilegal= transgressão sem falar no ser pobre, ou aparentar rica (rs) ...mistérios muitos que o homem paga
agora digam-me se o "problema" está na legalização ou antes no investimento numa saudável relação do homam (e da mulher) com a sua sexualidade, com as suas (e seus) parceiras (variadas, claro! se for esse o caso! tantas quantas, tantos quantos, mas em IGUALDADE!)
"o mistério" é uma forma delicada de chamar aos traumas, má educação, desejos não satisfeitos de outos modos que não seja pagando, paranóias
digam-me: deve um estado legalizar e chamar profissão ao vendedor de droga? e ele anda por aí aos molhes!!
deve o estado legalizar, chamar profissão ao que manteria o homem (e a mulher) alienados de serem parceiros? ou consumaria na legalidade o acto de ser "normal" ser "anormal"
É muito de mãos caídas perante a dificuldade de questões como esta que pressupõem mudança de mentalidades, hábitos, relações, que estou com o Jorge quando escreve:No fundo, penso que há actidades que nascem para ser paralelas."
é deliciosa de ternura este modo de ver: que fazer se eu não posso mudar as cabeças com decretos, neste caso legalizando ou perseguindo? mantenho-me, com desgosto, sabendo que existe, e luto para que as causas se dirrimem
e NINGUÉM VAI POR FACILIDADE VENDER O CORPO se vai é, decerto, porque a sociedade em que vive lhe inculca valores que lho permitem e trono ao início: a relação do homem, mulher, com a sua sexualidade, e com o seu parceiro/s, o respeito por si e pelo outro!! e a sociedade, meus caros , somos TODOS!!!
Educar, sim
reprimir, sim: o pagador do sexo e não o outro
mas parelelamente Educar
mudar mentalidades
evitar a miséria que leva a quase tudo
apoiar de modos variados as prostitutas (prostitutos)reeducar


(meu deus! um destes dias, com argumentos semelhantes aos que fui por aqui lendo, legalizamos a profissão de ladrão: Existe e nada podemos contra ela!!! ou, sem sair do ramo: porque não o proxeneta que apenas põe o "produto" em venda e tira o seu lucro? é o mercado ?!!)

assunto melindroso, mas a que não devemos virar cara e de que devemos, assim encontara espaços para discutirmos
bem haja, Eduardo!

Jorge Pinheiro disse...

Duas ou três notas:
- a profissão de ladrão há muito está legalizada. Agora até há doutoramentos. Só vai preso quem não sabe roubar;
- educar? CLARO, EDUQUEMOS.
- Relação saudável? Claro. Só essa me interessa.
Agora, convenhamos, é wishful thinking. Enquanto educamos dois ou três, aparecem mais 100...

Fátima Santos disse...

estou-me rindo: eu escrevi "relação saudável"? mas precisaria explicar o que é isso...

Anônimo disse...

Se a prostituição fosse um crime ela seria um crime cometido pela própria vítima. Faz sentido punir um crime cometido pela própria vítima?
O que vocês acham da prostituição masculina? Ao invés do homem pagar a mulher, seria melhor a mulher pagar o homem? O homem seria uma vítima neste caso?

Jorge Pinheiro disse...

Caro Anónimo,

Até agora ninguém pretende criminalizar. Numa leitura mais atenta verá que legalizar não se opõe a criminalizar.

Anônimo disse...

"Legalizar não se opõe a criminalizar".
A Lei precisa definir se prostituição é crime ou não é. Não pode existir uma situação que seja ao mesmo tempo parcialmente ilegal e parcialmente legal.
Me parece que a Lei criminaliza rigorosamente a prostituição, porém a norma não é cumprida pelo Poder judiciário.

Jorge Pinheiro disse...

Entendo. Há uma tolerância legal. Aqui em Portugal é criminalizada a exposição pública e outros artifícios legais que servem para prender qd querem ou tolerar na generalidade dos casos. Já disse a minha posição e para já não altero:criminalizar os clientes e dar condições sociais às prostitutas (não é legalizar). A minha posição está em post anterior.

ricardo garopaba blauth disse...

NNNNOOOOOSSSSSSAAAAAAAAA........

li, reli e não entendi........
estou aqui falando porque respeito as iniciativas do meu MESTRE BLOGUEIRO.

adoto POLÊMICAS, mas acredito que esta não levará a lugar nenhum.....então, SOU INDIFERENTE

Anônimo disse...

Acabo de ver pela TV que aqui no Brasil a PROFISSIONAL DO SEXO é reconhecida pelo INSS, e os travestis, putas e afins, podem se cadastrar, recolher 11% sobre o "faturamento", e se aposentar recebendo os mesmos benefícios de um autônomo ou qualquer outra categoria! Eis aqui um primeiro passo para a LEGALIZAÇÃO da PROFISSÃO

Francisco Castelo Branco disse...

era bom que começassem a pagar impostos.

é que algumas ganham uma enorme quantia de dinheiro

Jorge Pinheiro disse...

E a segurança social, também?

Anônimo disse...

O problema da prostituição é tratá-lo como se fosse um problema apenas do governo federal. O país possui Estados e municípios que também fazem leis. Seria muito melhor deixar para o legislativo municipal decidir legalizar ou não.