" Morte tranquila e sem sofrimento. || Direito de morrer autorizado por lei (em caso de doença incurável) ".
Você é a Favor ou Contra? É moralmente um crime ou progresso? Você autorizaria a sua ? E de seus familiares ? Dê a sua opinião. Defenda a sua tese e no fim do comentário escreva se é a Favor, Contra ou Indiferente.
21 comentários:
Para uns Deus é a medida de todas as coisas. Outros, porém, estão sempre em busca de algo além de verdades prontas, pré-estabelecidas, os dogmas. Há ainda aqueles que vagueiam inseguros, por aqui e por ali à procura de algum significado para a existência humana.
Diante de determinados fatos de repercussão global, quem acaba colocando o assunto na roda dos debates são os meios de comunicação. Aqui vou falar da eutanásia. E vou tentar fazê-lo sem nenhuma opinião pré-concebida, sem nenhum fervor religioso, sem nenhum paradigma que possa direcionar a minha opinião.
Alguém, qualquer pessoa que seja, independente de sua condição sócio-econômica, cultural e religiosa, sexual ou cor da pele, encontra-se pelos desígnios da vivência, absolutamente incapaz de se manifestar, de se locomover, falar, sorrir, chorar, se alimentar e fazer suas necessidades fisiológicas por conta própria. Passa a ser mantida viva como uma planta e com auxílio de aparelhos inventados pelo homem. E depois de muito tempo, feitos todos os esforços, todos os estudos, tentadas todas as terapêuticas, chega-se ao diagnóstico da impossibilidade de reabilitação ou cura. Não possui essa pessoa nem a capacidade de interferir naquilo que lhe é oferecido, ou seja, se aceita ou não essa condição. Até que ponto alguém pode decidir sobre seu destino? E decidir o que? Se a mantém assim ou se abrevia a sua condição, praticando, nesse caso a tão controvertida eutanásia?
As leis no mundo em torno do caso não permitem praticar, em alguns lugares, a eutanásia “não consentida”, ao estabelecer a pena de morte? Inclusive de gente que não está em estado vegetativo? Pessoas que, segundo essas mesmas leis têm direito à vida? Outro aspecto da lei com relação ao direito à vida: esse direito no caso em questão tem que virar obrigação? Se se trata de um direito, a pessoa não pode abrir mão dele? E ela não podendo por falta de condições psicoemocionais, o seu responsável ou pessoa mais próxima pode abnegar do direito por ela?
Quanto à ciência, ela estaria dando uma contribuição à fé religiosa, comprovando pelos seus métodos e recursos técnicos que não há vida ativa naquele corpo? Se as pessoas religiosas crêem em algo além da matéria, não estariam amparadas para permitirem a paz e o descanso dessa alma em sofrimento? Ou não, ela e quem mais a ama e lhe quer bem devem sofrer até que sua sina seja cumprida?
Não apoio, não recrimino, não julgo. Apenas me tirem os tubos, desliguem as tomadas se for meu o caso um dia.
Se me imagino toda ruim,fraca,em estado vegetativo,apenas dando gastos pra família(claro pois com nossa saúde nessa situação precária nesse país) que "depois que eu bater as botas" ficará devendo até os fios de cabelos pra pagar minha vida moribunda, sou totalmente A FAVOR!
Se penso na situação de ver um filho nessa situação,não teria coragem de decidir, sou CONTRA.
Assim, coloco minhas opiniões, mas não servem de nada...
Apenas pra participar...abração,chica
Amigo, Edu. A vida é algo tão precioso, que vale a pena tentar até o último suspiro. Sou CONTRA, em tirar. Mesmo diante a proteção da Lei, acho que tentaria.
Quem somos nós para tirar algo nos Dado por Deus. Mas triste que seja..
Por doloroso que seja a doença..cada um tem o seu momento.
Nem antes e nem depois. Quem sabe o Agora.
Por isso, particularmente sou contra o Eutanasia.
Um grande abraço..
Bom debate. Assim que der voltarei para ler mais.. E continuar com esse maravilhosos tema.
Carinhosamente,
Sandra
O Cacá, primeiro a opinar, disse TUDO que eu poderia dizer com outras palavras, provavelmente! Mas resumindo tenho a mesma opinião. No meu caso pessoal DESLIGUEM TODOS OS TUBOS, muito antes de chegar a um estado terminal tão doloroso e triste para os meus familiares, que na verdade são os que mais sofrem com o doente terminal, que na maioria das vezes esta sedado e nada percebe!
Quanto a DETERMINAR o desligamento dos TUBOS de terceiros e meus parentes, agiria como se fosse comigo! Quero o melhor para mim, e para todos que me cercam. Desligaria tranqüilamente! A vida vegetativa não é NATURAL e nada que não é NATURAL é saudavel ou positivo. A depender dos homens, um dia eles serão imortais enquanto os tubos estiverem ligados! Mas acredito que isso é absolutamente prejudicial, para o indivíduo, para a família e para o Estado!
É como penso, absolutamente favorável!
Vou tomar a liberdade de deixar aqui um depoimento pessoal que, talvez, some à discussão:
Tive um querido avô (a quem devo boa parte da minha felicidade infantil) que teve um grave problema de saúde, foi operado e ficou entre a vida e a morte. Resultou da doença um enorme abscesso abdominal, um buraco horrível na barriga que impingia um sofrimento imenso a meu avô. Eu não achei que ele sobrevivesse àquele drama.
Em meus mais íntimos pensamentos, pedi que meu avô passasse dessa para uma melhor. Que deixasse de sofrer e descansasse em paz.
Minha mãe, porém, levou-o para casa e não desistiu de tratá-lo. Fazia curativos seguidos, limpava-o, alimentava-o de forma obsessiva.
Meu avô sobreviveu, mais alguns bons anos e, até hoje, me arrependo de tê-lo desejado morto...
Não tenho opinião formada a respeito do tema. Lamento.
Há braços!!
É uma questão que envolve aspectos muito polêmicos.
Entretanto, tendo a ser contra:
por temer o aumento do poder dos médicos (da ciência em geral),
por considerar até tragicômico argumentar que seria positivo quanto aos diretos humanos ou a autonomia individual,
e, se não mantivermos prestigiado o “valor sagrado da vida”, aí é que a vaca vai para o brejo.
Um abraço.
Muito dificil esse tema!No meu caso já deixaria a familia avisada para desligar tudo,mas se fosse uma pessoa da familia eu não teria coragem!Então,minha opinião é contra.Bjs.
Relativamente a mim, sou muito claro :
Desliguem os tubinhos se eu REALMENTE estiver a "viver" vegetativamente há um tempo considerável e se na opinião dos médicos o meu "futuro" fôr esse.
Essa é a minha vontade !
Eu sou a favor. Com a vida não se brinca.
é um tema complicado para ser tratado de forma geral, como lei, porque depende de várias vertentes: se a pessoa está consciente e deseja que desliguem os tubos ou se está inconsciente. Se a pessoa quiser sair desse estado, então devia ser permitido, pois qualquer pessoa se pode suicidar se o desejar. Agora se forem outros a desligar a máquina, já é mais complicado porque não se sabe os seus interesses, as suas motivações. É preciso reflectir...
Eu acho que ninguém pode fazer de Deus, querendo segurar uma Vida que já não é. É contra-natura a vida artificial, sem esperança de recuperação. Isso não é viver.
É preciso olhar para a Vida como uma obra de arte que Deus nos quis dar para a fruirmos. Quando a ética e a estética desaparecem, eu quero também desaparecer.
Eu não quero ficar uma "coisa" vegetando e dando sofrimento a quem me ama. Pelo amor de Deus, tenham o "bom gosto" de me apagar!!!
Sou literalmente a favor!
Um Tema polêmico e que nos deixa divididos.
Ao ler cada depoimento aqui fico a pensar:
Tirar não tiarar. Eis a questão. Sou a favor da vida. Mas sofrer não é justo.
Já o livro que fala: Nascemos para Sermos felizes.
Acho que a morte já triste demais.
Viver é muito bom. Mas diante de tantos depoimentos fico na dúvida.
Preferia tirar os tubos e não mais vegetar.
Mas....Como é dificil...A vida é tão valiosa...
Carinhosamente,
Sandra
É verdade, com a vida não se brinca.
O tema é muito delicado e sério.
Não tenho uma opinião 100% formada,
tenho sim muitas dúvidas...
Portanto sou indecisa.
É realmente um tema difícil. Sou a favor da eutanásia, mas apenas nos casos em que o doente está em estado terminal, em sofrimento e já sem esperança de cura, e o deseja expressamente; ou quando está em estado vegetativo, mantido vivo por meios artificiais, sem consciência de si e sem hipótese de sair dele. Em qualquer outro caso, não concordo evidentemente.
Tenho, no entanto, de salientar que me parece uma hipocrisia, por parte da sociedade em geral, resistir tanto a autorizar a eutanásia (nas situações que acima referi), ou a pena de morte, em nome da defesa da vida, e autorizar o aborto, sem nenhuma razão a legitimá-lo sem ser a vontade expressa da mãe. Há muitos casos destes por essa Europa fora, começando aqui em Portugal.
Sou capaz de decidir por mim, mas incapaz de decidir por alguém que me seja querido!
Sou absolutamente a favor de um projecto de lei, que dá pelo nome de testamento vital, que mais não é que um testamento, em que a pessoa em pleno uso da razão decide que, no caso de se encontrar em estado vegetativo e não poder expressar a sua vontade, não deseja ver a sua vida prolongada artificialmente.
E também sou a favor da eutanásia, nesse caso e em casos de doença terminal com sofrimento, caso seja essa a vontade expressa pelo indivíduo, ou no tal testamento vital ou na altura.
Familiares decidirem pelo próprio torna-se muito mais difícil e complicado.
Unicamente no que respeita à eutanásia, subscrevo o comentário da Teresa. Sou, portanto, a favor.
Alguns destes comentários confundiram-me...
Não me parece que, nos casos de doentes em situação vegetativa, se possa aplicar o conceito de eutanásia.
Eutanásia, no meu entender, só poderá ser aplicada enquanto o doente, NAS SUAS PLENAS CAPACIDADES MENTAIS, opta por infligir a própria morte perante situações de sofrimento físico sem solução.
Que me perdoem os crentes de qualquer religião, mas eu sou completamente agnóstica. Não acredito em nenhuma entidade espiritual com poderes para decidir da vida e da morte das pessoas.
Sou doente oncológica. Há muito tempo que a morte deixou de me meter medo. Mas aterroriza-me o sofrimento físico, a possível e irremediável degradação do meu próprio corpo. A eutanásia, para mim, é UM DIREITO que nem devia ser questionado.
Uma decisão pessoal que só ao próprio individuo diz respeito.
E, caso eu chegue a vegetal algum dia,que fique bem claro que a minha decisão foi tomada enquanto lúcida e consciente. A FAVOR, sem a mínima dúvida.
De facto, há vários conceitos que se confundem: eutanásia activa; eutanásia passiva; suicídio assistido; testamento vital. Por outro lado, há várias dimensões do problema: a filosófica; a ética; a jurídica; a religiosa. Finalmente, há uma dimensão política: o Estado moderno tem como princípio a protecção da vida dos cidadãos; mas também consagra constitucionalmente a dignidade da pessoa humana. Devemos prolongar a vida, prolongando a agonia, ou devemos ter direito a uma Morte Digna?
É no meio de toda esta complexa situação, a que acrescem as nossas próprias dúvidas e incertezas, que a questão se coloca.
Dos vários comentários aqui plasmados, ressalta o facto de muitos afirmarem serem capazes de desejar a eutanásia para si, mas incapazes de decidirem relativamente a terceiros. A questão é que nem para si próprios poderão decidir se estiverem inconscientes ou em coma. Por isso, como já referiu a Teté, está em estudo o Testamento Vital(o Parlamento português aprovou vários projectos que estão em estudo em Comissão Especializada). No Testamento Vital, uma pessoa, no pleno uso das suas faculdades, indica o que pretende que se faça em caso de uma doença incurável e ficando sem poder usar das suas capacidades de expressão da vontade. Estabelecem-se os limites do tratamento, incluindo a sua suspensão ou interrupção. Pretende-se assegurar uma morte digna. A Eutanásia Activa é a que põe deliberadamente termo à vida, mediante um acordo entre o paciente e o especialista, levando a um acto concreto. A Eutanásia Passiva não provoca deliberamente a morte, mas a interrupção dos tratamentos acaba, com o passar do tempo, por levar à morte. Não há acção, há omissão. Só neste segundo caso é admissível o Testamento Vital. Curioso é que analisados os modelos de Testamento Vital já existentes (p.ex. na Catalunha), acaba sempre por se remeter para um curador/representante que, em última análise, e de tendo em conta a opinião do médico, deve tomar as decisões (isto porque o paciente estará inconsciente). Legislar sobre a Eutanásia é um passo. Sobre o Testamento Vital outro passo complementar. As duas coisas não se confundem. A Eutanásia não defende a morte, mas apenas a escolha livre e consciente do indíviduo. Por isso requer, normalmente, o Testamento Vital para se conhecer a sua vontade, enquanto estiver capaz e lúcido. As restantes dimensões são extremamente relevantes, nomeadamente a ética. E depois, há sempre aquela dúvida que o Mauro Castro aqui deixou: e se recuperasse? Pois é, só dúvidas. Em todo o caso sou a favor da Eutanásia Passiva, com Testamento Vital. Não quero deixar a outros tamanha responsabilidade.
EUTANÁSIA
viver é muito bom
mas quando se nasce
se começa a contar
regressivamente
nossa validade
então porque ter medo
da inevitável morte
quando acredito em ter medo
é de morrer
duas coisas diferentes
viver música divina
morrer lenta e inutilmente
cacofonia insuportável
então assistido por “maestro”
aceitar a morte
que de qualquer forma virá
acredito em encerrar
a melodia da vida
deixando atrás de si
a beleza de uma música
que para sempre
será lembrada
ricardo garopaba blauth
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